A semântica está ligada ao estudo do significado em todos os sentidos dos termos e a Web Semântica surge como uma possível solução para a estruturação semântica dos dados na web, de uma forma que tanto o ser humano (profissional da web ou usuário) possa entendê-la e também as máquinas; é uma evolução da web no seu formato atual com as informações devidamente organizadas.
Berners-Lee (2001) apud Dziekaniak & Kirinus (2004), idealizador da nova web, cita um exemplo do que a Web Semântica será capaz de fazer. Neste exemplo, um usuário pede aocomputador que ele encontre um médico de uma determinada área da medicina e dá à máquina algumas restrições, tais como: este médico deve ter seu consultório no mesmo bairro que o usuário e deve estar ligado à comunidade acadêmica. O computador navega pela rede e encontra algumas opções. De uma maneira inteligente e automática, ele deve comparar a agenda do usuário com a agenda do médico e oferecer opções de horários para consulta. O usuário só terá o trabalho de escolher o horário que melhor lhe convém.
De forma geral, o objetivo da Web Semântica é fazer com que as máquinas compreendam essas informações e assim, poderão nos auxiliar em tarefas corriqueiras, que antes eram feitas manualmente. Atualmente é extremamente complexo fazer um sistema que leia e entenda de maneira sensata qualquer informação que a web provê.
A Web Semântica incorpora significado às informações da web. Isso proporciona um ambiente onde máquinas e usuários trabalhem em conjunto, tendo cada tipo de informação devidamente identificada, fica fácil para os sistemas encontrarem informações mais precisas sobre um determinado assunto.
Segundo Berners-Lee (2001) apud Dziekaniak (2004), os computadores necessitam ter acesso a coleções estruturadas de informações (dados e metadados) e de conjuntos de regras de inferência que ajudem no processo de dedução automática para que seja administrado o raciocínio automatizado, ou seja, a representação do conhecimento.
Estas regras são especificadas através de ontologias, que permitem representar explicitamente a semântica dos dados. Através dessas ontologias é possível elaborar uma rede enorme de conhecimento humano, complementando o processamento da máquina e melhorando qualitativamente o nível de serviços na web.
Na prática, uma ontologia define termos (nome de entidades num determinado contexto) associados a textos que descrevem o que os mesmos significam e axiomas formais que restringem a interpretação e o uso dos termos.
O objetivo da Web Semântica é estruturar o conteúdo que está solto na Internet. Para isto é necessário que agentes1 percorram a rede, página a página para executar tarefas consideradas sofisticadas para o usuário. Esses agentes serão capazes de identificar o significado exato de uma palavra e as relações lógicas entre várias palavras.
Entretanto, Dziekaniak & Kirinus (2004) ressaltam que a semântica não está somente relacionada ao conteúdo de um recurso, mas também à forma de como este se relaciona com os demais recursos na web. Portanto, é essencial que os recursos disponibilizados sejam expressivos o bastante e estejam estruturados para que as máquinas ou agentes sejam capazes de processar e entender o real significado do dado, intermediando as necessidades de cada usuário e as fontes de informações disponíveis.
Algumas tecnologias foram desenvolvidas para a Web Semântica, tais como o XML, linguagem de marcação que permite aos usuários criarem tags personalizadas sobre o documento criado, diferentemente do HTML, que possui estrutura de tags fixas, impedindo a criação de novos tipos de descritores.
“O XML nada mais é do que uma linguagem de marcação de dados (metadados) que oferece aos seus usuários a descrição de dados estruturados, facilitando declarações precisas do conteúdo de documentos e mais ainda, facilitando a recuperação destes documentos via web. (DUARTE; FURTADO JUNIOR, 2000 apud Dziekaniak & Kirinus, 2004)”.
Outra tecnologia utilizada pela Web Semântica é o RDF do inglês Resource Description Framework, que trabalha com um trio de informação o qual expressa o significado das informações.
Os arquivos RDF têm três componentes básicos: recurso, propriedade e indicação, o que torna a linguagem altamente escalável. Cada componente do trio tem sua própria finalidade, em analogia ao sujeito, verbo e objeto de uma frase e recebe uma identificação URI.
Segundo Dziekaniak & Kirinus (2004), na linguagem humana uma palavra pode assumir vários significados, o que pode causar confusão nos sistemas. A solução é usar URIs diferentes para cada conceito. Quando acontecer de dois bancos de dados usarem URIs diferentes para um conceito é necessário que o software que vai vasculhá-los saiba quando está tratando do mesmo conceito. Neste caso são usadas as ontologias, que fornecerão o vocabulário necessário para a comunicação entre os agentes e as páginas e mostrarão as relações entre os conceitos.
Fonte:
A Web Semântica. Disponível em: http://www.tableless.com.br/a-web-semantica